CAPÍTULO 2: "AMIGOS"
Ser um garoto de rua da Itália não era tão ruim assim. Tendo dotes artisticos, era só fazer um show no meio da rua que as pessoas lhe davam dinheiro. Eu não tinha dom nenhum, mas eu tinha amigos.
Mais ou menos uma semana depois da morte do meu pai, vaguei pelas ruas a procura de comida quando me deparei com um pequeno grupo que fazia o mesmo. O Grupo era formado por três pessoas, sendo dois meninos e uma menina. Um dos garotos tinha cabelos castanhos, lisos e não tão grandes. Seus olhos eram cor de mel, quase completamente amarelo. Sua pele era branca, mas quase totalmente ofuscada pela sujeira. Seu nome era Pablo. O Outro garoto se chamava Theodore, seus cabelos eram pretos e cacheados. Também branco, com os olhos castanhos e não tão sujo quanto seu amigo. No meio de ambos os garotos havia uma figura feminina que chamava tanta atenção pela sua beleza, que os garotos passavam despercebidos.
Ela tinha os cabelos extremamente cumpridos, loiros e lisos. Eles chegavam quase até o chão. Seus olhos eram verdes e sua pele branca. As bocheichas da garota estavam rosadas. Ela usava um vestido em diversos tons de rosa. Diferente dos garotos, estava completamente limpa, o que me levou a pensar que, diferente de mim, era apenas uma garota andando na rua. Mesmo assim, resolvi me aproximar. Os três estavam cochixando e ao me verem aproximar, calam-se e olham para mim sorrindo.
- Oi, eu sou a Cathy, cadê os seus pais? - Disse a garota apressadamente.
- Estam mortos - Respondo cabisbaixo
-Oww... eu não sabia, desculpa
-Tudo bem
-Então... o que faz aqui? Está perdido?
-Não... é que eu vi vocês aqui e pensei que...
A Garota interrompe minha fala e se adianta
-Quer entrar para a nossa gangue?
-Gangue?
-É, ainda somos novos demais para formar uma máfia, então somos uma gangue - diz a menina com toda sua inocencia e ingenuidade.
Então um dos garotos puxa seus cabelos.
-Aaaahhh! - Grita agudamente a garota.
-Não saia dando informações sobre a gente para estrenhos Cathy. - Diz o garoto que puxara seus cabelos
-Tudo bem, eu não vou contar pra ninguém... até por que, agora sou um de vocês não é ?
O garoto olha pra mim me estranhando, o outro parece nem sequer perceber minha presença, já a garota estava irradiante, com o maior sorriso já visto por mim.
-Muito bem, vamos começar com as apresentações. Como se chama? - Diz a garota olhando para mim
-Max Miotto!
-Eu sou Catherine Masoli, mas todos me chamam de Cathy.
-Prazer
-Esse é Pablo - Diz a menina apontando para o garoto que puxara seus cabelos.
-Prazer
-E aquele é o Theodore, ele não é muito de falar então não estranhe se ele não te responder as vezes.
Contrapondo a fala da garota, o jovem que até então estava calado, se vira para mim olhando fundo em meus olhos e se pronuncia:
-Agora que faz parte da gangue terá de trabalhar duro, assim como todos nós. Diferente dos grupos de "pivete", assim chamados os garotos de rua, nós não queremos nos tornar ladrões, pelo menos não ladrõezinhos baratos. Está disposto a fazer coisas que só existem em filmes?
-Claro - Respondo ansioso
-Muito bem. Saiba que ainda não lhe considero um membro da gangue e para se tornar um terá de passar por serimonia. Se quiser participar da nossa gangue, terá de roubar uma flauta.
-Roubar? Uma flauta?
-Exatamente. Precisamos de comida e para te-la precisamos de dinheiro. Para conseguir dinheiro precisamos nos apresentar na rua e a peça que tenho montada precisa especificamente de uma flauta. Você tem 2 dias para roubar essa flauta. Não importa de quem, nem como, apenas traga para nós sem que o dono da mesma siga-o.
-2 dias?
O Garoto então, como Cathy havia dito, me ignora. Ele vira o rosto e olha para a menina e seu amigo como se eu nem estivesse ali.
-Vai dar tudo certo, você vai conseguir. Eu sei disso - diz Cathy confiante.
-Tudo bem, me esperem daqui a dois dias nesse mesmo local! Eu irei trazer a flauta para vocês e me tornarei parte da gangue.
Então me viro, e saio andando pelas ruas, pensando em como roubar uma flauta. Me viro então para me despedir dos garotos e vejo o local completamente vazio. Então me viro novamente e continuo andando, mas meus pensamentos não focavam em um roubo, pois sempre que mentalizava a execução de um crime, uma vóz ecoava em minha cabeça. Era uma vóz doce e suave, de criança... de menina. A Vóz sempre dizia "Cathy".
FIM DO CAPÍTULO