Finalmente, chegava em meus aposentos. Eu andava em direção a entrada e, automaticamente, algo desativava. Era, praticamente, imperceptível. Ao lado da minha zanpakuto, uma wakizashi comum também estava em minha cintura.
-Para começar a agir, é melhor começar pela aparência. Pensei, enquanto a saquei da bainha e, segurando meus longos cabelos, deslizei a lâmina no longo "rabo-de-cavalo", cortando-o completamente.
Já estava na hora de mudar um pouco a aparência e transfigurar uma nova personalidade. Eu estava em meio a seres de uma variedade incalculável de personalidades assassinas. Talvez, era a hora de me juntar a esse grupo.
Quando Nuero me deu o trabalho de vigiar aquela Jacyali e eu o respondi daquela forma... mesmo que ele não tenha escutado, eu faria isso, já que a respondi daquela forma. Talvez, minha permanência aqui deve ser convincente, apesar de não ligar para o que eles pensem de mim. "Shinigami será sempre shinigami". Sim, poderes de shinigami (me sento na cama, enquanto olho para o Kuzanagi), eu tenho. Me pergunto o que Hikari-san pensaria de mim, agora? Orgulho? Com certeza, não! Provavelmente ele não me apoiaria, mas de uma coisa ele está ciente: fiz o que fiz por conta da minha família e, agora que as coisas tendem a não ter mais volta (o que já não tem mesmo...), devesse ser o momento de investir nessa nova empreitada. Me levanto da cama, retiro as minhas roupas e as troco por um kimono casual.
Pegando o Kuzanagi, desço as escadas que dão acesso a piscina. Segurando-a acima da superfície da água, de forma horizontal, a desembainho vagarosamente podendo me ver através da própria lâmina.
-Faremos isso de forma direta e o mais contundente possível, Kuzanagi. As palavras saíam da minha boca e as águas começavam a se mexer. O meu poder ia aumentando gradativamente, sem pausar em nenhum momento, sequer.
-Ikuso.... BAN... KAI!!! As águas começaram a se afastar de mim, chegando ao ponto de não conseguir me tocar. O local tremia... não, ele chacoalhava! Minha aparência novamente mudava. Cabelos esbranquiçado, olhos cor vermelho rubro, sobretudo azul. Para o inferno, se Las Noches sucumba com o meu poder! Eu precisava extrair todo o passado. E, isso, provavelmente chamaria atenção de alguém. O poder ia aumentando e aumentando e aumentando e aumentando... minha mão direita, a qual segura a Zanpakuto, começara a sangrar, de tanta força que eu depositava para segurar a mesma. Os dentes a ponto de se quebrar, de tanta força que as pressionava umas as outras. Quase não tinha visão do que estava ao meu redor e der redor.
-AAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHH........!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Talvez, o primeiro grito, com esse intuito, que dei na minha vida. Sim, era bom! O poder era palpável, quente, cortante e, como se não bastasse, embainhei a Zanpakuto e, com um movimento sônico de retirar e repor na bainha, executei uma técnica que tem por nome Tempestade de Lâminas, causando cortes em TODO o recinto, quase que destruindo tudo. Talvez, toda a Las Noches sentia o local chacoalhar, até que eu comecei a normalizar. Meu poder diminuía, meus cabelos voltavam a coloração escura, os olhos também e, o manto esfumaçava até sumir. A água começara a tocar meu corpo novamente e, a Zanpakuto, em minhas mãos, parecia estar feliz, satisfeita. Subo as escadas, me enxugo e, novamente, troco minhas vestes e passo a usar um outro kimono casual.
Deixo minha zanpakuto no estandarte e me retiro dos meus aposentos, fazendo novamente algo na entrada.