Aquele dia estava a se mostrar de fato surpreendente. Primeiro Hyumi que se detinha à frente da sala do capitão mesmo sabendo quanta proximidade e liberdade tem com ele e agora mais uma dupla de novatos aparecia, a terceira.

A entrada de Hinuzuki é então precedida pela dos dois novatos. O primeiro era na realidade a primeira, sorridente, um tanto tímida e ansiosa. O segundo aparentava ser confiante por inteiro, mas seu Reiatsu o denunciava ao capitão que é um Shinigami do tipo sensorial. Ele estava ansioso, tato quanto a Shinigami e provavelmente ambos tinham medo de serem rejeitados no esquadrão.

Hyumi continuava do lado de fora da sala e Makkiu, com sua postura formal, continuava em sua cadeira de onde ouvia os novatos, um de cada vez, se apresentarem e pedirem autorização para integrar a tropa.

- Ryuuga-kun, cuidarei pessoalmente do seu registro na tropa. Olhar e tom de voz pareciam uníssonos, igualmente tomados por uma costumeira serenidade. Assim sendo, podes te considerar desde já membro do Tulipa. Seja muito bem vinda e estais dispensada por hoje.

O olhar do nobre se voltava a Tel Archer, como havia se identificado o segundo novato daquela dupla, enquanto Ryuuga-kun saia. Hyumi continuava do lado de fora, mas antes que pudesse dar atenção à ela restava a questão dos registros a ser resolvida.

- Com relação ao registro digo-te o mesmo que disse à Ryuuga-kun, ou seja, consiidere-se parte do esquadrão. Falava voltando sua atenção ao segundo novato da segunda dupla. Muito bem vindo, Archer-kun. Dispensado por hoje

Tendo recebido a resposts, Tel se retirava da sala a exemplo do que fizera Aline. Enquanto ele atravessava à porta, Makkiu olhava de relance para Kasumioji-kun, mas na realidade tinha sua atenção concentrada além do ambiente. De fato ele queria falar com Hinuzuki.

"Parece-me que ela vai mesmo esperar que os novatos saiam". A cogitar o que sua amiga poderia querer, o jovem Watanabe lembra-se de algo. "Será que ela quer falar sobre 'aquilo'..."

Entre seus pensamentos e sua observação dos presentes por meio de percepção espiritual, o jovem Watanabe se mantinha em silêncio. Um silêncio que deixava espaço, um silêncio que parecia reforçar as solicitações feitas, o silêncio de quem espera.

A porta mal se fechava era aberta novamente, por ela entrava um garoto baixo e que deixava evidente em seu semblante tanto quanto em seu Reiatsu, ser execivamente confiante. Em um olhar rápido, Makkiu estimava que ele tivesse uns cinco centímetros a mais que um metro e meio e muito a aprender.

Os pensamentos do nobre são interrompidos pela fala do garoto que confirmava cada mínima primeira impreção tida até aquele ponto pelo capitão. Asura por outro lado demonstrava o quão polidos os nobres eram ao fazer o que lhe era solicitado e por conta própria se dispensar com um pedido de licença.

Em resposta à sua reverência um aceno de cabeça e a sala se tornava mais vaga. O jovem Watanabe voltava-se a Shinzo Uchiha, o último que faltava ser dispensado e provavelmente o último a preceder a entrada de Hyumi.

- Seu caminho será um dos mais difíceis, um dos que mais tem a ensinar. O capitão alertou, um tom de voz sério de alguém sempre sereno. Não espere que alguém o segure aqui, cresça e seja bem vindo. Dispensado por hoje.

Tão logo o rapaz se retirava, Hyumi atendia às expectativas de Makkiu e entrava. Uma conversa descontraída parecia ser começada pela mesma, uma conversa que provavelmente teria seus momentos sérios. Antes, porém, que houvesse resposta, uma garota que chegara à porta do lugar pouco depois da entrada de Hinuzuki e exitara em entrar por alguns instantes.

- Muito boa noite, Oota-kun. Responde o nobre notando o quanto o trabalho o haia distraído: sequer percebera que já era noite. Saiba que não precisa de reverências e que é realmente muito bem vinda. Dispensada por hoje, tudo bem?

Seu semblante só seria mais sereno se houvesse um sorriso nele, mas isso era algo que quase se esboçava. Quase. Outro Reiatsu conhecido se aproximava e esse pertencia àquele que mais contribuíra para a propagação da reputação de gênio infame que seu exílio auto imposto apagara: Saga.

- Duas delas de grande potencial e futuro. Referia-se às Reiatsus comentadas por Hyumi. Vamos deixar para conversar em particular depois que o próximo convidado entre... Próximos.

Makkiu sentia a aproximação de mais um novato enquanto Saga entrava tranquilo e animado. Mais animado que tranquilo para dizer verdade. Não que fosse novidade, afinal ele sempre fora assim e nunca precisaria mudar nesse ponto.

- O esqudrão manteve seus princípios e a Soul Society inteira uma fama que foi despertada pelos seus comentários, Dragon-san. Nos dois anos que se seguiam à batalha em Hueco, Saga e Makkiu haviam se tornado mais próximos e não apenas por compartilharem opinião e responsabilidade legal pelos Vizards. Assim que eu cuidar do próximo novato poderemos conversar adequadamente.

Dizia o jovem Watanabe. Como que provando se alguma vez havia errado, outro Shinigami, um rapaz de olhos e cabelos catanhos. Olhos mais escuros que os cabelos e sentimento de impaciência pelos pensamentos que a ocasião causava.

- Saiba que tem minha autorização e que é muito bem vindo. Voltou gentilmente a falar prestando igual atenção aos presentes. Por hoje pode se considerar dispensado.

Esperando os Shinigamis mais jovens deixarem o ambiente, Makkiu olhava para Hyumi e Saga. Como sempre os olhos escarlates falavam por si, deixavam claro o espaço para que ambos se pronunciassem. Tempo não faltaria, não para dedicar à conversa que estava por vir.

Um silêncio breve surgia depois da saída da última dupla de novatos, tão breve quanto um piscar de olhos. Era Saga que o rompia com suas costumeiras brincadeiras acerca de nobreza e todos esses poderes que Makkiu fazia questão de deixar em segundo plano.

Claro que havia espaço para aquelas brincadeiras e o sorriso de Dragon mais que deixava isso claro enquanto começava a se justificar por sua ausência. O capitão sabia o que viria depois, conhecia o amigo e sua curiosidade.

Como se houvesse um roteiro em sua mesa, o jovem Watanabe acompanhava o dizer da pergunta que havia atencipado: a de como foram os anos mais recentes, como preferia dizer, negando assenti-los como últimos.

- Realmente faz um bom tempo e não importanta tanto o estatus. Diz quase a esboçar um sorriso em resposta ao do amigo.O poder de um esquadrão vem dos que dele fazem parte e se bem o conheço sempre será um "filho do desespero".

Ele fazia uma alusão à insígnia da Camelia, originalmente pertecente ao terceiro esquadrão e a seu significado entre as tropas. Claro que Saga sabia disso assim como sabia que fora entendido.

- Você já deve saber dos principais acontecimentos. Continua o capitão com sua voz menos formal, mas tão serena quanto de costume. Ataque, prisão e fuga de Yui. Morte da mais jovem das irmãs Tethys, desaparecimento de Kuro, afastamento de Hikari e da nossa amiga aqui, ocupação dos cargos vagos de capitão e o incidente com os Imaginish.

Sua forma de falar fazia aquilo tudo parecer muito simples e de fato assim fora diante àquilo que estaria por vir. Mais do que isso não deveria haver sequer uma alma em toda Soul Society que não soubesse desses acontecimentos.


- Como puderam ver tive um dia bem cheio hoje. Usava as palavras para fazer alusão aos novatos. Não precisava comentar o trabalho de comandar uma organização tripla como o Tulipa. Prefiro não entrar em detalhes sobre trabalho.

Centro Médico, Esquadrão e Kidoshuu. Por mais cansativo que lhe fosse comandar as três organizações unificadas, lhe era simples e todos sabiam disso. A verdadeira intenção era aproveitar a reunião dos três.

- Espero que o senhor não tenha feito o favor de contribuir para minha fama. Brincou carregando sua voz de incomum descontração. Depois disso se volta para Hyumi. E não sei do meu amigo aqui, mas eu estou esperando saber o que traz a senhorita até mim. Já adianto que se é sobre meu Bankai pode desistir.

Havia uma boa dose de descontração ali se fosse para comparar com o cotidiano dos presentes. O ambiente tinha o clima agradável de uma reunião de amigos o que naquele ambiente era tão incomum quanto a pequena e mesmo assim surpreedente leveza na voz de Makkiu.

Saga começa a falar respondendo a Makkiu quando o terminava de ouvir. Começa e pouco depois que termina é "gentilmente cumprimentado" por Hyumi que como já virara hábito seguira usando seu Shunpo para o lado do capitão, onde abria seu sorriso.

Era noite e mesmo atento àquela cena de comédia pura, o jovem Watanabe termina seus relatórios. Incrições dos novatos feitas ele se voltava a seus pensamentos que tomados pela dúvida se era a filosofia de Dragon ou o convite de Hinuzuki o menos convencional ao ambiente.

Conhecendo a amiga, ele sabia que não haveria espaço para falar algo que não o assunto por trás do convite ao menos por um bom tempo. Responder Saga seria mais rápido e o permitiria dar toda a atenção que a ruiva merece.

- Não é questão de seguir uma filosofia ou ser Cameliano ou Shinigami. Partilhamos um mesmo fim e isso nos torna, ainda que em parte, todos iguais. Falou o agora mais antigo dos capitães, sem contar o próprio Genryuusai, numa voz tão serena quanto formal. Importar-se com títulos e estatus é o mesmo que pensar o contrário disso, é o mesmo que ser tolo. A filosofia que deixou em sua tropa é a prática do caminho certo que é apresentado a todos.

Que todos eram ensinados a seguir o que fora chamado de filosofia dos Camelianos e na verdade era a racionalidade universal estava claro, mas faltava uma resposta a ser dada. O ex-capitão queria saber o que houvera com a mais nova das irmãs Tethys.

- Com relação à Reika Tethys não tenho muitos detalhes em mente nem disponho de tempo para pesquisar. Abreviava o assunto usando nada mais que a veradade. Algo perceptível a quem lidava com os encargos do comando de uma tropa. Durante o ataque em que Yui foi preso, na batalha de resistência da qual inlusive você participou, ela acabou por morrer. A irmã dela entrou pouco depois no Gotei e hoje é capitã do Sakura.

A informação estava tão completa como seria desejável. Makkiu contara todo o superficial do evento que Saga desconhecia e para uma conversa trivial entre dois amigos que se reviam após um bom tempo, o superficial bastaria para que pudessem rumar ao próximo assunto. Antes porém o capitão notava a aproximação de um último novato.

- Parece-me que terei mais alguém a quem render atenção. Falava enquanto entrava o novato que na realidade era uma novata. Não precisa ficar tão nervosa, tudo bem? Condidere-se membro do Tlipa e muito bem vinda. Dispensada por hoje.

Makkiu fora rápido pois sabia que por mais sereno que fosse não mudaria o fato da então novata estar diante de três nobres, dois ex-capitães e um capitão. Não era um grupo comum nem tão pouco acolhedor a quem não tinha proximidade com o trio.


- A menos que seja um convite receio que não haverá chá. Voltava-se agora para Hyumi em um tom quase sem formalidades. Seria muito desconfortável tomarmos chá no chão e não tenho a menor itenção de tomar chá apenas eu sentado ou de criar cadeiras com Kidou e boatos que esse ambiente é muito aberto a recepções. Eu acabaria por atender pacientes em pleno escritório administrativo se isso acontecesse.


Deixar a sala sem locais para convidados sentarem era a forma mais simples de evitar visitas demoradas. A administração de três organizaçãoes unifacadas somada a mais aulas do que qualquer outro ministrava não permitia gastos de tempo. Além disso não seria improvável que de fato pacientes viessem buscar os serviços do jovem Watanabe se soubessem que o lugar os daria tempo para serem atendidos.

Só era lastimável como a sala assemelhava essa praticidade à hierarquia que limitava as reuniões com um superior ocorrerem com apenas este surperior sentado. Makkiu odiava essa semalhança tanto quanto o fato que não poderia se livrar dela.

Saga deixou a sala. Hyumi imediatamente deixava de lado a expressão chorosa que fizera e agora era visível em seus olhos, sem lágrimas. Depois disso Makkiu levanta-se de sua cadeira e começa a se aproximar de Hinuzuki ao mesmo tempo que seguia rumo à porta.

O que se via nos olhos de Makkiu era algo próximo a diversão, não era surpresa. Havia sua habilidade sensorial, e claro, mas o grande fator que o denunciava a encenação da amiga era a forma como ela haia disposto as mãos sobre o rosto, abafando a respiração para recriar soluços e numa posição onde pudera aplicar alguma sobtância sobre as pálpebras.

"Ela ainda encena do mesmo jeito, mesmo depois de anos." Lembrava-se de quando Hyumi fingia medo dos treinamentos, ou exagerava no medo que estava sentindo enquanto sinalizava com um aceno de cabeça para que ela o seguisse. Apenas quando estavam fora da agora fechada sala ele voltava a falar.

- Algo como a chegada de um nobre gravemente ferido causa rumores. Falava o nobre colocando os braços por dentro das mangas do Shihakusho. Especialmente na divisão médica.


A serena voz do jovem Watanabe parecia ter um sorriso contido em si. Era mais leve e infinitamente menos formal que o de costume. Parecia haver uma brincadeira naquele tom, algo que poucas pessoas além de Hyumi eram acostumadas a testemunhar.

- Teria sido mais lógico dizer que seu pai estava ansioso com uma reunião de negócios hoje à noite e que para acalmá-lo você veio falar comigo. Seguiam pelo corredor rumo à casa da Shinigami, onde conversariam de fato. Isso se você tivesse tido a menor intenção de que essa desculpa não fosse percebida como tal.

Makkiu realmente conhecia Hyumi e ela sabia. Sabia que ele nem precisaria analizar seu Reiatsu para que seus sentimentos não fossem transparentes e sabia que era assim porque assim ambos tinham escolhido que fosse e isso ficava claro do tom quase de brincadeira dele.

- Sabia que você sempre esconde o rosto quando finge choro? Dizia com a proximidade dos amigos de anos. Além disso, a senhorita não trabalhou o roteiro tão bem quanto de costume. Hoje sua nota é oito.

Professor ou crítico dramaturgo? Makkiu colocava um pouco de ambos em sua voz ao brincar com Hyumi. Lembranças daquilo que conversariam provavelmente pareceriam mais fortes a ambos naquele momento, mas ainda assim o clima descontraído era o bastante para quase fazer o nobre rir. Quase.

Off: Os que postarem desta mensagem em diante, narrem considerando um outro dia no qual eu esteja trabalhando na sala(presente na mesma).

O capitão estava em sua sala a finalizar o preenchimento dos relatórios que até então o tinham sido entregues. Era um dia absolutamente agradável e de brisa amena, até o Centro Médico estava calmo e nem aulas haviam para ser ministradas.

De sua mesa o capitão logo nota a aproximação de um par de Reiatsus das quais, pelo nível, uma pertencia a um Shinigami novato que muito provavelmente seguia para se alistar. A segunda Reiatsu que embora mais próxima, por seu ritmo chegaria por último a sala, pertencia ao segundo filho dos Kasumioji.

Enquanto ambos os Shinigamis se aproximavam, Makkiu encerrava a avaliação de um último documento e antes que começasse o próximo relatório se detia enquanto batidas eram ouvidas do outro lado da porta de sua sala.

- Sinta-se à vontade para entrar. Dizia com o tom de quem já espera completamente a chegada do Shinigami. Lamento estar demasiado ocupado então, em que posso ajudá-lo?

Seguia-se à pergunta de Makkiu uma resposta travada com um aspecto de algo ensaiado. Pelo visto o rapaz tinha conhecimento do capitão, na realidade poucos na Soul Society não tinham e menos ainda não o odiavam veladamente. Veladamente sim, afinal quem seria louco de levantar-se contra um homem que possui sob suas ordens um quinto do poder militar de Seireitei, mais de um quarto das terras nobres da Soul Society, um terço das famílias nobres juramentadas a seu clã e outro terço dependennte dele além de metade do poder econômico da nobreza? Vontade certamente não era o que faltava a muitos.

- Tenha em mente que o Tulipa não é "meu esquadrão". Falava com ênfase na expressão usada pelo jovem. Ele é de todos que o compõe então pode dizer que é seu também. Seu registro ficará pronto antes do próximo turno então considere-se desde já membro da tropa, seja bem vindo e por hoje, dispensado.

Foi então que Asura chegou à porta da sala, ou melhor, parou diante dela. Apesar de já não ser mais tão novato na tropa, ele mantinha um nervosismo bem próximo daquele que demonstrara na ocasião em que se apresentara. Demonstrava também o apreço às convenções ao pedir licença para adentrar à sala.

Pergunto-me se ele agiu como um novato e ficou a ensaiar a maneira com a qual falaria comigo. Por um momento o nervosismo na Reiatsu do jovem Kasumioji fizera Makkiu imaginá-lo como um calouro antes de se apresentar, falando sozinho enquanto anda e opinando entre "formal demais" e "infomal demais". É bem o tipo de coisa que ele faria. Pensou Makkiu.

- Certamente que estou. Respondia com seu costumeiro tom de voz sereno e formal. Sinta-se à vontade para entrar, Kasumioji-kun.

Makkiu repousava o próximo relatório sobre a mesa enquanto colocava o que havia conluído antes da chegada do novato em uma pilha, surpreenden temente maior, de papéis avaliados. O registro era algo breve e que poderia fazer de seu computador a qualquer instante.

Em reação à permição para que adentrasse à sala, o jovem Kasumioji acabava parando, ainda mais nervoso, frente à porta, e Makkiu pensava que nada poderia ser mais engraçado naquela situação. Pensava até que o Shinigami entrasse literalmente berrando um bom dia.

A expressão preocupada de Asura denunciava que não fora intencional o grito. Fora apenas sincero demais frente ao nervosismo que o garoto tinha e era melhor que o garoto contunuasse a ser sincero, mesmo porque ele se mostrava péssimo ao tentar o contrário. A justificativa de que fora um ensaio para algum tipo de encenação era tão evidente como mentira quanto o fato que uma simples palavra de Makkiu poderia desmentir aquilo, isto se o novato não tivesse deixado à sala após os desajeitos cumprimentos do parcialmente enrubrecido veterano.

Ainda tentando se encaixar no meio de toda a situação cômica que não intencionalmente criara no cenário, o garoto Kasumioji espalmava a mão rumo à mesa de Makkiu que lembrando do desajeitado "bom dia", não se surpreendeu ao ouvir o estrondo e ver os documentos e objetos pularem por um pequeno instante.

- Muito bom dia. Makkiu respondeu de forma ainda mais serena que o de costume, ignorando os deslizes do Shinigami. Creio que tenha pensando isso, mas seria melhor simplesmente falar do seu jeito.

Naquele momento ele quase poderia ouvir Asura pensando algo como "ele leu minha mente!" ou "não pode ser possível, pode?". Certamente que o rapaz já pensara algo ao menos parecido. Em aulas era comumterem essa impressão de Makkiu e se fosse para opinar, ele diria que momentos antes de abrir a porta aconcetecera o mesmo.

- Não precisa ficar tão nervoso. A formalidade das palavras davam-lhe uma firmeza incomum àquele tom. Faziam suaveracidade paupável. Não estou lendo sua mente.

Dizer aquilo não seria de muita valia naquela momento, pressupôs Makkiu. Era bastante provável que suas palavras tivessem parecido respostas a pensamentos recentes de Asura o que, frente ao nervosismo dele, as tornariam muito mais preocupantes que tranquilizadoras.

- Percebo, mesmo sem querer, até a menor alteração em um Reiatsu e com meus anos de experiência sei dizer o que a maioria dessas reações significam sem erro. Aquilo não parecia muito tranquilizante, mas era bem mais fácil de se esquecer naturalmente do que a noção de que alguém está lendo sua mente. Não sou um leitor de mentes. Apenas sensor experiente.

Mais que experiente na verdade. Desde que se tornara capaz de entender às palavras que fora ensinado a memorizar seu Reiatsu, notar e controlar até a mais ínfima alteração dele e o resultado é que bastaria sentir um Reiatsu uma vez para memorizá-la e bastaria olhar nos olhos de uma pessoa para saber se ela fala a verdade. Era algo natural e se não fosse pelo Sekkiseki, menso sem concentração alguma, poderia notar aproximação de pessoas fora de Seireitei.


- Bem, fique à vontade para falar sobre aquilo que o preocupa. Falava a mudar o foco para longe de suas habilidades. Não precisa ter pressa, tudo bem?

Seu olhar era impassível e ressoava com sua postura formal gerando um tom de paciente e naquele momento, de fato, esperava uma resposta. Não havia, porém, qualquer pressa no capitão.

Ele não entendeu. Notava Makkiu na Reiatsu de Asura. O rapaz tinha uma reação tão insegura que ao falar de braços cruzados só lhe faltava a voz tremer. Negava estar nervoso e de uma das formas mais caricatas imagináveis demonstrava não entender o significado das palavras que lhe tinham sido ditas por Makkiu que por sua vez percebia algo além da sala.

Seria mais adequado dizer que percebia alguém. Estava a uns bons metros da sala, àquela altura, e pelo nível do Reiatsu era um novato. Enquanto se aproximava, aquela presença revelava-se cada vez mais familiar a Makkiu que embora lembrasse do Reiatsu, não lembrava de a quem pertencia. Algo perfeitamente normal já que como mestre de Kidous ministrava mais de uma dezena de aulas regularmente. Lembrar exatamente de todos seria impossível, ao menos sem se esforçar um pouco.

Durante instante em que se perguntara de quem seria aquela Reiatsu, o capitão nota que Asura estava agora desesperado e a causa lhe parecia comicamente óbvia. Ele deve ter esquecido o que veio dizer. Até mesmo imaginadas aquelas palavras tinham graça.

- Na realidade quero dizer que sou um detector de emoções vivo. Respondia à dúvida do Shinigami a sua frente. Bem, deduzo que tenha intenção de falar sobre Crisantemo.

Quantas vezes não fora perguntado sobre aquilo? Os novos capitães geralmente pediam explicações que mais pareciam aulas, o que deixava Makkiu aliviado por aprenderem excepcionalmente rápido. Asura foi muito mais atrapalhado que qualquer candidato a capitão, mas a frase "Taichou, tenho coisas a discutir com você" era práticamente protocolo no referente a Crisantemo.

Deve haver algo mais para ele ter esquecido. Julgou Makkiu frente as varreduras mentais desesperadas do garoto enquanto notava a proximidade da Reiatsu do novato. Estava parada diante a porta ouvindo o que se passava na sala e provava ser de uma novata ao adentrar logo após duas leves batidas.

- Não pense que está atrapalhando. Respondia à novata que mais parecia ser a veterena de Kasumioji. Tenho seu nome e cuidarei de seu registro portanto considere-se membro do Tulipa. Muito bem vinda.

Makkiu sabia pelo nome que era uma nobre. Ah, sim, fora ensinado ainda criança o sobrenome de cada família e clã de Seireitei. Cada símbolo e relação era necessário já que como herdeiro dos Watanabe seria protetor de dois terços da nobreza.

- Não precisa ficar tão séria ou se preocupar como quando entrou na sala. Dizia, ainda à novata, com seu tom de voz costumeiro, sereno e formal, como se ao olhá-la estivesse a ver através dela. Sinta-se à vontade para falar quando achar melhor, Kasumioji-kun.

Makkiu fechava os olhos e esperava que a garota tivesse ouvido quando falaram sobre suas habilidades e que Asura tivesse entendido. Um instante depois e abria novamente seu olhos, tingidos com o vívido carmesim do sangue e absolutamente impassíveis, como se com eles perguntasse "Quem dos dois será que vai falar primeiro?".

Kasumioji e Hatsume acabavam intercalando suas falas. Ele, a Reiatsu denunciava, começava um processo de gradação que iniciava com certa compreensão, depois alguma curiosidade, em seguida passava ao nervosismo e finalmente chegava ao desespero. Ela por sua vez ficava tímida e acabava por também ceder ao nervosismo, mas claro, nada que se comparasse ao congelamento externo de Asura que internamente estava em uma tempestade.

Asura começava a falar em um estrépido. Questionava a ausência de membros do primeiro esquadrão e logo depois, novamente congelava dando por si que tornara a esquecer o que tinha para falar. Ao lembrar, batia na mesa de Makkiu e entragavao-o uma carta acerca da qual visivelmente não tinha conhecimento.

Mizu, em suas palavras, refletia a confusão que tomava seu Reiatsu e acabava por se pronunciar de maneira pausada. Talvez por isso ou por aparentemente não ter ouvido sobre a habilidade sensorial de Makkiu, acabava nervosa, e tentando esconder seu nervosismo enquanto abria a porta para sair da sala.

- Não se preocupe, Hatsume-kun, apenas seja você mesma. Despedia-se da Shinigami enquanto voltava a fechar os olhos por um instante. Dispensada por hoje.

Tendo cumprido as formalidades e considerando que falar algo mais poderia deixar a garota mais nervosa, Makkiu, já de olhos abertos, voltava-se a Asura que agora estava nervoso, mas de forma diferente de até pouco. Não havia comicidade em sua preocupação.

- Na verdade, Kasumioji-kun, este é um convite formal de audência. Falava Makkiu pegando a carta e a fitando com um olhar de quem já sabia o conteúdo. Parecia o mesmo olhar que dirigia às pessoas. Resta saber apenas em que palácio será. Meu ou de sua família.

Uma parceria com os Kasumioji era sem dúvida importante, mas além de não ser indispensável, a preocupação exitante na voz de Asura despertava mais interesse. Tanto cuidado... deve ser sobre ela. Ainda havia a questão sobre Crisântemo a responder.

- Antes da remodelação do Gotei 13, Shinigamis de todas as divisões eram encarregados da proteção da nobreza, mas com a mudança, Crisantemo se encarregou integralmente dessa tarefa. Dizia com ares de professor, como se lesse um livro ou tivesse toda a fala ensaiada. Nenhum dos dois. É por isso seus membros não são vistos. Porque eles não tratam das mesmas tarefas nem agem nos mesmos ambientes dos demais Shinigamis, mas claro, isso é algo que foi decidido entre os líderes nobres.

Tanto capitão quanto Shinigami eram nobres e mesmo que não o fossem aquilo não era realmente confidencial. Na verdade era apenas uma simplificação sistemática e como tal não tirava atenção do assunto principal. Assunto sobre o qual Makkiu já tinha certa ideia.

- Informações gerais sobre Crisantemo parecem confidenciais, mas na realidade apenas não importam o bastante para serem ditas. Falava expondo uma linha de raciocínio tão lógica que realmente fazia parecer que lida. Mas não houve existação como agora o que provavelmente significa que o assunto tem uma realação mais próxima comiga... Pelo cuidado, minha irmã?

A indagação de Makkiu parecia muito mais afirmativa que qualquer outra coisa. Ele visivelmente concluia seu raciocínio enquanto fitava Asura. Mesmo que tivesse haver com sua irmã, ela provavelmente não seria a razão do assunto em si.

Após abrir o envelope, Makkiu lia a carta e a relia mentalmente. Não havia sequer uma palavra dali que não esperesse. Pontos vírgulas e até mesmo acentos, todos no lugar definido pelas convenções, todos exatamente como esperava. Naquele momento, Asura adiantava-se a falar e ao fazê-lo confirmava as suspeitas do capitão acerca de não ser Kyomi o real assunto.

Não era. O que Kasumioji realmente queria, e alteração em seu Reiatsu denunciava, era falar sobre Yui. Matsudaira era um clã que tinha com os Shishouin a mesma relação que Watanabe com Kyouraku, era uma linhagem secundária que por inssucesso do herdeiro da linhagem principal assumia o posto de uma das grandes famílias nobres. Não seria de forma alguma que houvessem relações próximas com os Kasumioji, mas não parecia esse o caso.

Makkiu sabia que se fosse para tratar da relação entre os clãs, era com Uki que Asura deveria falar. Além disso havia a carta direcionada à uma relação de subordinação entre os Watanabe e os Kasumioji, não era uma solicitação de mediação. De qualquer forma haviam respostasa serem dadas para o Shinigami e a primeira delas dizia respeito à Kyomi.

- Assim como eu, minha irmã desenvolveu fortes laços de amizade com Yui. Dizia retirando os olhos da carta e a pousando na mesa. Nas palavras de Matsudaira, éramos os três como irmãos adotivos, mas legalmente jamais houve esse parentesco.

O capitão fitava agora ao Shinigami. Aquela conversa de certeza era curiosidade pessoal dele e não era incômodo, não. Apenas não seria permitido a ele o conhecimento de tudo que acontecera, de todas as ordens detalhes. Este conhecimento era algo que faltava até mesmo a capitães e talvez, se não fosse o nobre que era, faltasse até ao próprio Makkiu.

- Com relação à traição dela, posso dizer apenas que ela estava cumprindo ordens superiores. Deixava claro ao jovem Ksumioji, nas entrelinhas, que mais detalhes que aqueles não lhe eram permitidos. Mas posso dizer que se quer mesmo saber sobre Yui, é melhor perguntar diretamente sobre ele e ao clã dele.

Como se pudessem responder. Por ser um assunto confidencial, Makkiu não poderia responder, talvez Kyomi que presenciara a mudança de Yui e Cid, ex-Capitão do extinto Esquadrão Lótus e ex-Líder Vizard, que além do convívio, tivera contato com a fonte da loucura de Yui, e apalacara pudessem. Cid, porém, está morto e Kyomi exilada no mundo humano.

- Com relação ao convite, diga que seguirei para o palácio Kasumioji ao fim do dia. Meneva a cabeça para os relatórios faltantes como que relambrando o expediente do Gotei. Diga também que dispenso escolta.

Lembrava-se bem dos caminhos à casa principal dos Kasumioji. Naturalmente estivera lá muitas vezes, mas décadas antes de Asura nascer e não precisava também de proteção, afinal, qualquer um menos forte que um capitão sequer poderia ficar de pé diante de Makkiu se assim este o quisesse.

Lelouch caminhava lentamente à noite pelos corredores daquela divisão denominada Tulipa, especializada em Kidous. Seus olhos, mesmo que um pouco cobertos pela sua franja de cor indigo escura, demonstravam uma grande frieza, ao mesmo tempo que diziam o quão leal o shinobi era. Suas vestes eram prestas igual à todas as outras, mas parecia combinar perfeitamente como Brittania e com seu jeito calmo de caminhar em passos ritmicos. A lua brilhava no céu e sua luz refletia nas iris violetas do garoto. Seu pensamento voava junto com o vento que ali passava, enquanto olha para o satelite natural da terra e continuava a caminhar sempre em frente.

- É isso mesmo que eu quero... Não posso deixar a oportunidade passar. Pretendo usar todas estas minhas habilidades para defender aqueles que um dia viveram comigo e agora continuam em meu coração - Murmurava o jovem enquanto continuava a olhar para a lua e a relembrar algumas cenas meio sem sentido da terra, em que ele somente via uma menina muito bonita de cadeira de rodas, que apesar de não conseguir saber quem era, apenas sentia que era alguem especial.

Num dado momento, a lua era escondida por paredes feitas de madeira e um corredor escuro, que ao final tinha um contorno de luz no formato de uma porta - Me parece que é aqui... - Continuava a murmurar, enquanto a luz vinha no seu rosto e forçava-o a fechar um pouco seus olhos, pois o ambiente era tão escuro e comprido, que até chegar no destino qualquer luz ja poderia causar um mal-estar em sua vista.

Numa leve batida na porta, Lelouch arrasta-a para a direita com extremo cuidado e se dirige ao homem que estava à sua frente e com um manto branco, pelo visto era ele quem o shinigami procurava.

- Boa noite senhor Watanabe, meu nome é Lelouch Vi Brittania. Soube que estão em busca de um shinigami... Vim aqui para inscrever-me para a vaga. Tem alguem que eu quero proteger e sei que com muito treino e esforço conseguirei - Dizia o Brittania enquanto olhava fixamente para o homem à sua frente - Apesar de eu nem saber quem ela é... - completava num tom mais baixo sem tirar os olhos de Makkiu Watanabe, enquanto aguardava sua resposta.

Dias cheios vinham com os últimos acontecimentos. Tinha voltado do Plácio Kasumioji para os relatórios apesar da hora, Passa das dez, pensava sem a menor sombra de dúvida, mas não sabia exatamente quanto. De qualquer forma não importava, Makkiu era habituado a dormir pouco e pensar muito. Quantas noites insones não tivera por causa dos fardos que carregava, o poder com o qual nacera e o poder que herdaria de seu clã? Poderia muito bem passar três dias acordado mal bocejando isso se bocejasse.

Estava sentado em sua cadeira. As luzes do corredor para a sala estava apagadas e dentro dela o Haori azul marinho que representa ambos, comando do Kidoushuu e de uma divisão do Gotei, dependurado no cabide ao lado esquerdo da mesa maior, a de trabalho. Trajava por sobre o Shihakusho o Kimono branco com bordas douradas que representava a nobreza e rapidamente notava a proximação de um Reiatsu. Primeiro estranhava pela hora, afinal alguém com aquela quantidade de Reiatsu deveria ser um novato, mas depois tinha por conta que era comum Shinigamis virem no dia anterior ao que se apresentariam para conseguir direções da sala do capitão. Não seria estranho que os guardas dissessem que o mesmo estava presente.

Makkiu resolveu esperar a aproximação do novato, ou novata. Normalmente teria detido seu trabalho nos relatórios no instante em que percebeu a presença frente à porta, mas não era preciso o fazer. Havia terminado de lidar com toda a papelada necessária e aproveitaria do computador ligado para fazer logo o registro daquele que provava, ao passar pela porta, depois de uma leve batida na mesma, ser realmente um novato.

- Muito boa noite, Britannia-kun. Respondia ao cumprimento do novato e retribuindo ao olhar fixo do mesmo. Todas as divisões estão sempre à procura de novos Shinigamis.

O tom de voz de Makkiu era como sempre, sereno, formal e tão expontâneo que até um cego poderia ver que era também costumeiro. Não havia surpresa nele, apesar de não lhe ser a melhor coisa do mundo ver que mais alguém conhece seu nome. Eu já deveria estar aoctumado, ainda mais depois que Saga começou a espalhar que sou algum tipo de gênio. Precisava encontrar tempo para fazer uma visita a Saga. Recebera convite dele, ali mesmo, quando saíra com Hyumi.

- Se tem alguém a proteger então basta seguir em frente que sem dúvidas encontrará essa pessoa em seu caminho. Pelo fato de que as coisas são assim que sabia que encontraria tempo e oportunidade para ver os amigos. Esforço e treinamento são o caminho certo e não há porque não aceitar sua inscrição.

Não fora formal, mas de certo fora clara a resposta. O capitão voltava os olhos para o computador e rapidamente trabalhava no mesmo. Poucas pausas, pouca espera. Fazia nem mesmo um minuto desde que falara, na verdade a metade desse tempo se muito, e voltava a atenção para o novato mais uma vez.

- Tenho teu nome e estou a tratar de teu registro no sistema, podes te considerar membro do esquadrão. Respondia a cumprir formalmente com todas as convenções da admissão. Seja muito bem vindo e dispensado por hoje.

O registro fora concluído durante a pequena onversa e agora Makkiu esperava Brittania-kun se retirar. Teria muito a fazer fora do esquadrão e a escolta de mãe e filha mais nova do clã Kasumioji eram o de menos. Já tinha nomes em mente e afazares para o dia seguinte. Mais relatórios extras, como se fizesse muita diferença frente à quantidade que preenchia diariamente.

Havia completado a aula de Kidou a pouco tempo, recebi uma certa experiencia com esses. A aula não trouxe muito cansaço para meu corpo, pena que eu não podia dizer o mesmo sobre meu companheiro, após levar uma rajada de Reiatsu em seu corpo. Até então eu não tinha mais o visto.

O cansaço não causado pelo treino foi causado pela minha caminhada, não parecia tão fácil achar pela sala do capitão. A essa altura eu meu arrastava, meu corpo tinha dificuldade em responder o que lhe era imposto. Paredes eram minhas companheiras agora, seu eu não me apoiasse nelas não conseguiria mais andar.

- Será que esse lugar é tão grande assim? Me questionei. Continuei a me arrastar até que achei a sala, julguei ela como um paraíso. Meus pés ficaram fracos e eu cai. Pelo chão me arrastei até a sala, agora com os braços doloridos. No intervalo de tempo entre minha chegada à sala e meu sacrifício para chegar até ela lembrei que eu deveria ter feito aulas de Hohou.

Chegar até ali tinha sido difícil, eu não iria desistir tão fácilmente. Estirado na entrada da sala bradei desesperadamente. - Alguém? Alguém aí? Não eram mais gritos desesperados e sim gritos de misericórdia. Eu esperava de fato uma resposta, porém enquanto ela não chegava meus olhos, cerrados, virados para o teto tentavam achar algo para que eu pudesse me apoiar e para ficar de pé e arranjar novas forças para meu corpo.

Voltavam da Ala Hospitalar, onde ocorrera mais uma das costumeiras vistorias diárias, a esquerda da figura de Haori azul marinho uma enfermeira carregava uma pilha de papeis frente ao corpo, com ambos os braços, e a direita um Shinigami parecia ler uma prancheta enquanto fazia um relatório. Ambos recebiam indicações entre uma frase e outra que pronunciavam.

A tarde estava comum, nem nublada e nem muito quente e o trio de Shinigamis caminhava rumo ao Quartel General do Quarto Esquadrão. Makkiu seguia em seu passo costumeiro, nem lento nem rápido, e notava logo após o Shinigami concluir seu relatório, uma presença se dirigindo para sua sala, ou melhor, a tentar se dirigir. Durante o caminho sentira a presença se aproximar cada vez mais do objetivo, depois se desviar do caminho, se afastar, voltar a se aproximar e novamente se perder. Alguém para se alistar, concluiu enquanto pensava se essa pessoa não tinha pedido informação ou se realmente tinha um senso de direção terrível.

No grande corredor que terminava em sua sala, o capitão via ao longe uma figura caída e esmaecida. A visita parecia ter encontrado a entrada já ao trôpegos, escorando-se pelas paredes e caído em espera a uma resposta. Sorte dele que além de uma enfermeira, um outro membro do Esquadrão estava ali. O Shinigami que estava a direita do capitão sequer esperou uma ordem para pedir licença, abrir a porta da sala, deixar sua prancheta no chão e se por a levantar o rapaz caído. A enfermeira eficientemente colocava a pilha de papéis na grande mesa e voltava para examinar o recruta.

- Fadiga. Traga água e um dos suplementos militares. Dizia, antes da enfermeira, ao Shinigami enquanto com um estalar de dedos materializava um paralelepípedo trasparente, feito por completo de Reiatsu. Lembre-se de levar a prancheta que deixou do lado de fora e repassar os horários de vistorias das barreiras da cidade. Também estás despensada.

A resposta era um imediato "sim senhor" de ambos os Shinigamis e pouco depois de terem se retirado, uma outra enfermeira entrava e deixava ao lado do novato uma bandeja com uma jarra com água e alguns copos, se retirando logo em seguida. Makkiu havia se acomodado em sua cadeira pouco depois de ter diagnosticado com base nas várias vezes que rapaz refizera os passos e que ele havia percebido.

- O medicamento tem todos os nutrientes de que precisa e elimina fadiga, mas só o tome se realmente precisar. Falava como um médico a receitar um paciente, porém num tom mais brando que o esperado de um. Com a água, apenas não exagere ou ficará com uma sensação de desconforto por algumas horas.

A pilha de papéis permanecia intocada, e com movimentos eficientes, o computador era ligado. Estava tudo pronto para o registro de um novato e para o trabalho com uma pilha composta de inúmero e costumeiros relatórios.

- Pelo tempo, esforço e persistência em procurar minha sala, deduzo que queira ser parte do Tulipa. Dizia em um tom absolutamente afirmativo, mas sem a menor arrogância. De qualquer forma precisarei saber seu nome, independentemente da razão que o trouxe aqui.

A última frase era um cuidado, uma forma de não dizer bruscamente "sei porque está aqui", que o no mínimo esperado tom esnobe não lhe era particular. Makkiu permanecia impassível e paciente enquanto esperava o novato se pronunciar. Ele estava, sempre fora, ocupado, mas não precisa pressionar alguém por isso. Muito menos alguém que tinha se esforçado tanto para chegar à sua sala.

Já não via a hora de receber a carta de recomendação que, agora, está em minhas mãos. Não entendia por que me indicaram esse esquadrão, mesmo tendo outras visões, mas para onde eu estava indo, com certeza, seria o melhor, já que o Taichou desse esquadrão é, nada mais, nada menos, que o meu tutor.

Alguns shinigamis me olhavam dos pés a cabeça, como se eu realmente fosse de outro mundo. Uma criança que precisou apenas de 6 meses, praticamente, para ter o direito de ser um shinigami, com certeza seria motivo de fofocas. Eu não ligo para qualquer fofoca, pois nada daquilo me atingiria. Até porque, ao olhar para um pequeno grupo, os shinigamis viraram o rosto, como se fosse algum crime, o que estavam fazendo.

Era só virar a "esquina" do corredor, para a direita, e eu chegava no destino.
Calado, dei mais uns quinze passos, até ficar de frente para a porta. Calmamente, dei três batidas na porta e esperei ser atendido.

Makkiu começou a tratar dos relatórios até sentir a aproximação de uma Reiatsu que embora conhece há muito pouco tempo, poderia dizer que conhecia bem. Um garoto que deveria ser um bebê, influenciado pela preocupação do pai e poderes de irmãos de arma do pai, Akechi Kevin chegava em Tulipa. Tinha fisicamente por volta dos doze anos e alguns meses como protegido do clã Watanabe, algo que embora o rendesse a mais confortável vida que a Soul Society tinha a oferecer, logo entenderia que cobrava um preço a altura. Um preço em olharaes e sussurros hostis, em atenção indesejada.

O garoto tinha cabelos negros e olhos amendoados, ao menos na última vez que Makkiu o vira. Tinha potencial, sim, mas era terrivelmente imaturo. A aversão ao pai era tanta que negava-se a usar sobrenome tanto quanto podia e aceitava, ao invés de Camelia, Tulipa como esquadrão. Isso seria esperado afinal vivia com os Watanabe cujo líder comandava o poder dos Kidous, mas Makkiu sabia que era mais uma birra que qualquer outra coisa. Quando ficasse mais forte, quando se conectasse à Zanpakutou, aí sim poderia entender que aquilo que Nikollas fez foi a melhor, se não a única opção.

O outro rapaz que havia chegado ofegante ainda não recuperara fôlego suficiente para falar e meio admirado fitava a pílula. Parecia indeciso se a tomova ou não, se estava tão cansado ou não. Makkiu tinha esperança que um descanço em um lugar mais confortável o pudesse devolver a fala então acabou por usar o telefone de sua mesa e chamar uma enfermeira. Por suas estimativas ela chegaria pouco depois de Kevin e assim o foi. O garoto bateu três vezes à porta e imediatamente depois a jovem passava por ele adentrando ao cômodo e se ocupando em levar o outro rapaz.

- Podes entrar, Kevin-kun. Dizia Makkiu fitando o garoto parado frente à porta aberta. Presumo que já tenha conhecido o peso de ser um protegido do meu clã.

Aquelas palavras faziam Makkiu pensar em seu primeiro dia no Kidoushuu, mais de um século atrás. Entrava na tropa sem nem ter pisado na Shinroureijutsuin, a Academia de Artes Espirituais, para algo além do exame e jpa como 3º Oficial. Podia ver os grupos o olharem e comentarem sobre ele, ao menos até que retribuísse o olhar.

- Rapaz, sabes o caminho agora. quando quiseres podes vir cá para te alistar. Dizia ao Shinigami que era levado pela infermiera enquanto desfazia a esteutura de Kidou da qual fora retirado. Bem, já conhecço teu nome, Kevin-kun e não preciso de carta de recomendação embora vá aceitá-la.

Em outras cituações Makkiu teria perguntado como Kevin está, mas naquele momento estava demaiado ocupado. Sempre havia trabalho a mais nos dias de entrega de material. Produtos médicos, equipamentos de treino e análise para Kidou e surpimentos convencionais. Comandar três organizações em uma era realmente algo trabalhoso.

- Seja muito bem vindo ao Tulipa. Dizia em um tom menos formal que o esperado. Por hoje estarás dispensado, mas a partir de amanhã o trabalho começa. Boa sorte e você não me atrapalhou, nem está atrapalhando.

Makkiu ainda fitava seu protegido por saber que a pilha de relatórios o incomodava. Estava no Reiatsu dele embora talvez o próprio não se desse conta. De qualquer forma, ele não estava realmente atraplhando. Um capitão sempre ocupado, um nobre sempre é ocupado e um capitão nobre mais ainda. Makkiu era ambos nos maiores graus. Tempo a mais trabalhando era nada além de sua rotina e provavelmente o novo Shinigami do Tulipa sabia disso.