Chegando na ala hospitalar do esquadrão, percebo a ausência de múltiplos shinigamis do esquadrão. -Aonde eles foram? Usei o shunpo, ficando no telhado de um dos edifícios do Tulipa Bantai. Olhei por todos os lados, tentando visar uma possível "alma penada" que pudesse me fornecer algum tipo de informação, sequer. Foi ai que um shinigami com uma vassoura em mãos, simplesmente arremessou um estojo em minha direção e apontou para uma direção que, na minha visão panorâmica, parecia indicar uma parte de Rukongai. -Obrigado. Palavras, seguido de um shunpo, em direção ao local.

Como havia chovido, uma densa neblina havia ficado pelas redondezas do local. Eu sentia uma umidez acima do normal. Tanto que, um passo em falso, piso em uma poça d'água. Ao olhar mais claramente, eu notava estar na margem de um enorme lago. Mas as reiatsus ainda estavam próximas e fáceis de serem localizadas. Mas o que me ajudou mesmo, foi a voz familiar.

Citação :

- Veneno é a designação genérica dada a
qualquer substância que, ministrada por qualquer via, ou desenvolvida no
próprio corpo, causa lesão orgânica ou distúrbio funcional, pela ação
química que exerce...

-
Antídoto é uma substância ou mistura que neutraliza os efeitos de um
veneno e anestesia é toda substância que causa perda total ou parcial da
sensibilidade, em geral usada para aliviar a dor ou evitar que ela
apareça no curso de intervenções cirúrgicas...

Na medida que eu me aproximava da voz, eu sentia meu corpo ter reações estranhas, até começar a sentir pequenas dores por dentro. -Mas que... Eu já podia vê-los e, em destaque, o Haori Azul marinho do capitão.

Citação :

- A esta altura imagino que já tenham
percebido que não há qualquer tipo de material aqui. Isto porque, irei
ensinar-lhes, genericamente, como implantar e neutralizar venenos além
de, logicamente como anestesiarem através de Kidous medicinais. Na
realidade vocês já estão dentro de um deles.

Me pergunto se havia perdido alguma coisa antes. Mas, cada palavra que o capitão citava, eu guardava cuidadosamente em minha mente. -Provavelmente, esse nevoeiro deve ser obra do capitão. Como pode, a essa hora da manhã, ter uma densa neblina que aumenta a cada minuto que passa? Pra tentar burlar um pouco esses sintomas (se é que irá funcionar...), prendi um pouco a respiração, pois mesmo que eu prendesse por completo, eu teria que me retirar do local, uma hora, pra poder respirar e, como se trata de um treinamento, eu não precisaria me preocupar tanto com o veneno. A não ser que eu não cumprisse com o exercício...

Citação :

- Shimoku, um Kidou medicinal que consiste
em liberar forte e condensadamente a reiatsu de modo que amesma seja
expelida em grandes quantidades, porém sem atrito. Isto faz com que o
Kidou se disperse pelo ar como névoa, névoa esta que é geralmente usada
para dispersar venenos como estou fazendo agora mesmo.

-Dedução correta. Pela primeira vez (espero que eu continue assim) que deduzi algo que fosse correto, até porque, foi a primeira vez que fiz isso.

Citação :

- Antes de sairem para este treinamento
lhes foi entrgue um pequeno estojo no qual se encontra o antídoto do
veneno presente nesta névoa, mas ele só irá funcionar longe dos efeitos
do meu Shimoku. O objetivo de vocês é simples: saírem da névoa de veneno
e criarem uma outra névoa, mas desta vez de antídoto. Claro que com o
tempo os efeitos do envnenamento, principalmente a dor tornará mais
complexa a tarefa de se locomoveram.

Sim. Eu nem havia lembrado! Ao abrir o estojo que estava por dentro do meu Shihakusho, notei uma simples ceringa e, ao lado, um minúsculo recipiente contendo um líquido incolor. -O antidoto. A dor foi sumindo, mas as palavras do capitão já justificava o motivo.

Citação :

- Hashinsu, este Kidou medicinal pode ser
definido como uma versão mais fraca do Hakufuku, conseguindo anestesiar
dores sem provocar inconsciência.Vocês estão sob efeito dele, mas
evidentemente por pouco tempo e ara seguirem em frente vocês teram de
refazer este Kidou em seus próprios corpos, pois sem ele não conseguirão
suportar a dor causada pelo veneno.


-
O método de execução do Hanshinsu é basicamente o mesmo do Hakufuku,
mas não se esqueçam de diminuir a intesidade do Kidous. Lembrem-se que
cada frasco de antídoto só contém o suficiente para criar névoas
pequenas, capazes de curar apenas uma pessoa. No mais boa sorte.

Ao ouvir "boa sorte", eu logo tratei de virar em um ângulo de 180° em torno do meu eixo e usar o shunpo com toda a velocidade. No primeiro passo que havia dado, já senti a anestesia do capitão perder o efeito. Foi o tempo de dar mais um passo e ser severamente recompensado com uma forte dor no peito. -Isso... Nem se eu quisesse, conseguiria terminar a frase. A dor tornou-se intensa, de tal forma que eu deixei a ceringa cair no chão. Rapidamente, até onde podia, peguei a ceringa e comecei a correr pegando o mesmo caminho que havia feito quando fui ao encontro do restante. Enquanto corria, permanecia com a minha concentração para penetrar a agulha no frasco e extrair o antídoto e, vendo que eu já estava próximo do limite do nevoeiro, usei o shunpo e pude sentir uma dor que comparava-se com os golpes que havia recebido do meu pai e que nem havia me recuperado deles. Tanto que, ao reaparecer após usar o passo de Shunpo, eu comecei a rolar na grama rasteira, como se alguém tivesse me empurrado hostilmente. -Vamos lá. Aonde está a ceringa? Foi quando eu achei a mesma próximo da caixinha. A peguei e apliquei na minha veia, após ter dado alguns tapinhas com dois dedos para fazê-la ficar mais visível. Sentia o líquido percorrer a minha veia. -Agora é diminuir a intensidade do Hakufuku, para fazer o Hanshinsu...Se... aumentar a temperatura do meu corpo e... fazê-lo evaporar como... se fosse... suor... Meus olhos estavam fechados. Então não tinha noção se estava, ou não, dando certo. -Han...shin...su! a luz avermelhada, idêntica do meu Hakufuku, começara a emanar, quando abri um pouco o meu olho direito, já que o esquerdo ainda estava inchado. Imaginando uma possível conclusão do primeiro kidou, prendi minha respiração e, sem pensar duas vezes, comecei a concentrar a minha reiatsu para aplicar o segundo, e último, movimento: -Shi...mo...

-...ku... Uma vapor de tonalidade esverdeada (mesma cor do líquido do frasco) começou a espalhar-se no minúsculo perímetro onde estava e, por algum motivo, eu comecei a contar mentalmente. Automaticamente, eu estava em processo de cura, enquanto tentava buscar oxigênio suficiente para respirar. Meu quadro de saúde estava melhorando rapidamente e, acompanhado dele, meu diagnóstico. -Dores nos pulmões são os primeiros sintomas já que foi um veneno de inalação. Dificuldades para movimentar até chegar ao ponto de ter dormência nos músculos. Comecei a me levantar, olhando para todos os lados e, novamente, sentindo a reiatsu do capitão. Após sentir a localização dele, segui em direção ao local. Enquanto andava... -No processo de cura, o efeito do antídoto demorou cerca de dois segundos para entrar em trabalho e, após mais 4 segundos, fui completamente curado. Ou seja, 6 segundos. Tempo suficiente para, quem sabe, morrer. Esse processo tem de ser feito longe do campo de visão inimigo. Já que irei trabalhar nessa área, eu terei que curar o meu paciente e, ao mesmo tempo, protegê-lo. Foi ai que avistei o capitão. Era como se eu nunca tivesse sentido a dor anterior. -Watanabe-taichou. Olhei em seus olhos, "levantando" minha cabeça. O capitão é muito alto. Mais alto que o meu.... pai. -Meu treinamento está finalizado. Fiz um pequeno diagnóstico da técnica que o senhor nos ensinou. Talvez, se o senhor quiser, posso mandar um relatório. Dizia, estendendo a mão com a caixinha onde estava depositada o antídoto.